Entrevistas exclusivas com a equipa da SPOT Nordic: Duarte Ferreira
- SPOT Nordic

- 30 de out.
- 6 min de leitura

Duarte Sacramento Ferreira é investigador e professor auxiliar no Karolinska Institutet, em Estocolmo, onde trabalha na área da farmacologia translacional e investigação em doenças crónicas. Natural de Santarém, com doutoramento em Ciências Farmacêuticas, tem-se dedicado à interseção entre ciência, saúde e inovação, aliando investigação de ponta ao ensino médico. Como Presidente do Conselho Científico da SPOT Nordic, contribui com visão estratégica, experiência académica e um forte compromisso com projetos de impacto real na sociedade.
▶️ Quem és? Eu sou originalmente de Santarém, Portugal 🇵🇹, mas estudei Ciências Farmacêuticas na Faculdade de Farmácia, Universidade de Lisboa, em Lisboa. Aí também fiz o meu doutoramento antes de me mudar para Estocolmo para fazer o meu pós-doutoramento no Karolinska Institutet. Nos últimos anos, tenho-me dedicado à investigação científica 🔬, ensino universitário e ao desenvolvimento de programas académicos, nomeadamente no Karolinska Institutet, onde participei na implementação de um novo programa médico 🩺 e do mestrado internacional translacional em fisiologia e farmacologia. Fora do laboratório e da sala de aula, tenho um gosto especial por correr 🏃♂️ e ir ao ginásio , assim como design de interiores, viagens, e tudo o que estimula a criatividade. Sou curioso por natureza 🔍, e estou constantemente à procura de novas formas de comunicar ciência de forma acessível e envolvente. Nos próximos anos, espero continuar a contribuir para projetos inovadores, seja na academia, na área da saúde ou no setor tecnológico 🧠.
▶️ O que fazes? Sou investigador e professor auxiliar na área da farmacologia 🧪. Como investigador trabalho com temas como inflamação, metabolismo e doenças crónicas. Como professor auxiliar, estou envolvido no ensino de farmacologia em diferentes programas, desde farmacocinética até aos tratamentos de doenças cardiovasculares ❤️, endocrinológicas 🧬 e respiratórias 🌬️ nos 3 primeiros semestres do programa de medicina.
Na prática, isso significa que passo os meus dias a tentar entender melhor como doenças inflamatórias afetam o metabolismo dos doentes, assim como a guiar estudantes 🎓 e a desenvolver formas mais eficazes de ensinar e aprender farmacologia. Gosto de traduzir conhecimento complexo em algo útil e aplicável, seja numa sala de aula, num projeto de investigação ou num futuro produto 💊. Para mim, ciência só faz sentido quando é partilhada, compreendida e colocada ao serviço das pessoas 🤝.
▶️ Como é um dia normal? Nenhum dia é exatamente igual, mas há um certo ritmo que se repete 🔁. Normalmente, começo o dia com um café forte ☕ e uma rápida revisão do que está na agenda — reuniões, aulas, tempo de escrita ou experiências no laboratório 🔬. Se for dia de dar aulas, passo a manhã com os estudantes, tento tornar a farmacologia mais acessível, sempre com espaço para discussão 💬. À tarde, dedico-me à investigação: analisar dados 📊, escrever artigos 📝 ou discutir resultados com colegas. Gosto de reservar também algum tempo para projetos de desenvolvimento académico — como ajustar material para as aulas, pensar em novas abordagens pedagógicas 💡 ou colaborar com equipas internacionais para colaboração de ideias pedagógicas 🌍. Sempre que posso, gosto de terminar o dia com uma caminhada/corrida 🚶♂️🏃♂️, uma sessão de leitura 📖 ou ir ao ginásio 💪. Entre ciência, educação e criatividade, o desafio está em manter o equilíbrio e a motivação todos os dias ⚖️✨.
▶️ Quais os aspetos que mais valorizas ao viver na tua cidade e país? O que mais valorizo em viver em Estocolmo é o equilíbrio entre cidade e natureza 🌳🌆. Poder sair do trabalho e, em poucos minutos, estar a caminhar junto à água ou no meio de uma floresta é algo que continuo a achar extraordinário. Um dos meus refúgios preferidos é Djurgården 🌿 — perfeito para desenvolver ideias ou desligar por um momento e simplesmente observar a cidade. Essa harmonia entre ritmo urbano e silêncio natural ajuda-me a manter o foco e a criatividade, tanto no trabalho como fora dele.
Do ponto de vista científico, Estocolmo é um centro de excelência 🌟. Há uma cultura de colaboração, abertura e curiosidade intelectual que estimula constantemente quem está na área da investigação. A cidade acolhe projetos altamente inovadores, instituições de referência como o Karolinska Institutet 🧬 onde se faz ciência de ponta desde medicina translacional até tecnologias emergentes em saúde 💉💡. Estar aqui é ter acesso direto a um ecossistema que valoriza a ciência com impacto real e aposta continuamente no conhecimento como motor de mudança 🔄
▶️ O que valorizas em Portugal enquanto emigrante que não davas importância enquanto residente? Estar fora deu-me uma nova visão de Portugal. Há muitas coisas que agora valorizo de forma diferente. A proximidade das pessoas 🤗, o calor nas conversas 💬, a espontaneidade que está sempre presente, mesmo nas coisas mais simples. Quando vivia lá, tudo isso parecia garantido. Mas ao emigrar, percebi o quanto esses pequenos gestos (um café demorado ☕, uma conversa na rua, um convite de última hora 📩) fazem parte da nossa identidade e criam um sentido de pertença difícil de encontrar noutros lugares.
Também passei a valorizar muito mais a diversidade cultural, gastronómica 🍽️ e paisagística de Portugal 🌄. Num país relativamente pequeno, temos uma riqueza enorme, desde as serras tranquilas até às praias vibrantes 🏖️, passando por aldeias cheias de história 🏰 e cidades com uma energia criativa única ✨. À distância, tudo isso ganha um brilho especial — não só por saudade, mas por reconhecimento genuíno do que torna Portugal tão especial.
▶️ Na tua opinião, quais as áreas prioritárias de colaboração entre Portugal e os países nórdicos? As áreas prioritárias entre Portugal e os países nórdicos 🇸🇪 passam, sobretudo, por temas onde há uma forte complementaridade de competências e uma visão partilhada de futuro 🔮. Para mim as áreas prioritárias são a medicina personalizada 🧬, sustentabilidade ambiental 🌱 e, cada vez mais, inteligência artificial (IA) 🤖. A medicina personalizada e a sustentabilidade ambiental são duas áreas prioritárias e profundamente interligadas na construção de sistemas de saúde mais justos, eficientes e preparados para o futuro. A medicina personalizada permite adaptar diagnósticos, tratamentos e até estratégias de prevenção às características individuais de cada pessoa 🧑⚕️. Esta abordagem reduz o desperdício de recursos ♻️, evita tratamentos ineficazes e melhora significativamente os resultados em saúde. Por outro lado, a sustentabilidade ambiental é cada vez mais reconhecida como uma componente essencial da saúde pública 🌍.
Desde a produção de fármacos ao uso de tecnologia nos hospitais 🏥, passando pela pegada ecológica dos sistemas de saúde, há um enorme potencial para tornar estas práticas mais verdes 🌿 e conscientes. Tanto em Portugal como nos países nórdicos, estes são campos férteis para colaboração e impacto. Relativamente ao papel da IA, é especialmente relevante, não só na investigação científica 🔬, mas também na forma como abordamos desafios complexos, desde o diagnóstico precoce de doenças 🧪 até ao desenvolvimento de ferramentas para educação personalizada 🎓.
Tanto em Portugal como nos países nórdicos, há uma aposta clara em explorar o potencial da IA de forma ética, colaborativa e com impacto social positivo ✨. É uma área onde vejo enorme potencial de crescimento 📈 e cooperação 🤝, e onde espero poder contribuir ativamente, ligando o conhecimento científico às aplicações práticas que melhoram a vida das pessoas 💡❤️.
▶️ Porque é que decidiste fazer parte da SPOT Nordic? Decidi integrar a SPOT Nordic porque acredito profundamente no poder das ideias quando partilhadas entre pessoas com visões diferentes, mas um propósito comum 💬🌍. O que me atraiu foi precisamente esse espírito colaborativo e inovador, a vontade de fazer a diferença, criar impacto na sociedade e aproximar ciência e sociedade 🤝. A associação promove iniciativas como a Diplomacia Científica 🧠🌐, que visa desenvolver a investigação e partilha de conhecimento entre investigadores portugueses em Portugal e nos países nórdicos.
Para mim, a SPOT Nordic representa uma oportunidade de sair da bolha académica e contribuir com o que sei (e continuo a aprender) para projetos com raízes na realidade e visão no futuro 🚀. Fazer parte desta comunidade é uma forma de continuar a crescer 🌱, desafiar-me 💪 e, acima de tudo, ajudar a construir algo significativo 🧩.
▶️ Como podes contribuir para a equipa da SPOT Nordic? Acredito que posso contribuir para a equipa com uma combinação de experiência científica 🔬, pensamento estratégico 🧠 e uma forte vontade de transformar ideias em ação ⚙️. Também faço parte do conselho científico como presidente do mesmo, sendo responsável pela atribuição das bolsas científicas 🎓💼. Gosto de colaborar, de ouvir e de construir pontes entre áreas e pessoas 🌉. Seja através do desenvolvimento de projetos, apoio na organização de eventos 📆 ou simplesmente trazendo novas perspetivas para a mesa 🗣️, quero ajudar a criar um ambiente dinâmico, criativo e orientado para o impacto 🌟. Para mim, trabalhar em equipa é sobre somar talentos — e acredito que, juntos, podemos fazer coisas realmente relevantes 🤝✨.
▶️ Quais os projetos que mais te interessam na associação? Da Ciência à Indústria 🔬🏭, Eventos Anuais 📅, Investigador do Ano 🏆

▶️ Uma mensagem final que gostarias de partilhar com o mundo: Se há algo que aprendi ao longo do caminho é que a curiosidade é um dos motores mais poderosos que temos 🧠✨. Questionar, explorar, escutar e estar disposto a aprender (e a reaprender) são atitudes que abrem portas, criam pontes e transformam realidades 🔄.
Num mundo cheio de ruído 🔊, vale a pena parar e pensar: o que é que queremos construir juntos? Acredito que o conhecimento deve ser partilhado, a colaboração deve ser cultivada e que a empatia é uma forma de inteligência tão essencial como qualquer outra. Se cada um de nós contribuir com o que sabe e com quem é, temos tudo para criar algo maior do que a soma das partes ✨🤝.






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